Ele está querendo dizer o seguinte: é muito possível que nós sem questionar que sejamos de fato efetivos, sem questionar que existamos, talvez essa nossa existência, tal como nós julgamos o existir, não seja senão algo simplesmente aparente, como o arco-íris. O arco-íris não remete a nenhuma coisa de real, sólida, subsistente, mas simplesmente um efeito luminoso. Então, vejam: se nós admitirmos como admitiu Descartes, que talvez possa haver uma potência de falsidade na essência das coisas, então quem é que garante que, na verdade, nós não somos nada mais nada menos do que pensamentos de Deus? E se eu penso Deus como essa possibilidade universal do engano, então ao pensar, por causa do pensamento, que eu sou e ao assegurar a minha própria existência como objeto a partir do pensamento, talvez eu não esteja senão me enganando, exatamente obedecendo a esta potência universal do falso e fazendo algo assim como se o arco-íris, exatamente pelo fato de aparecer, possa reivindicar para si uma existência como algo concreto, como algo substancial. Então, da mesma forma como o arco-íris não deixa de ser ou não deixa de aparecer sem efetivamente ser alguma, muito provavelmente a ilusão cartesiana do ego é da mesma natureza, ou seja, parece para mim que eu sou algo, mas na verdade eu não sou senão uma pura superfície.
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Gilles Deleuze recita Nietzsche (legendas em português)
Ao som de Richard Pinhas e da banda Heldon, o filósofo Gilles Deleuze recita "O Andarilho", aforismo nº. 638 de Friedrich Nietzsche em "Humano, Demasiado Humano". O vídeo é uma montagem com cenas do filme "Dias de Nietzsche em Turim", do cineasta Júlio Bressane, e está legendado em português.
Como se pode ser deleuzeano? | por Arnaud Villani
Se eu tivesse que responder em uma frase à questão “Como se pode ser deleuzeano?”, eu responderia sem hesitar: por paixão, porque se trata de um dos únicos filósofos que gosta tanto da vida que ele a deslizou por trás de todas as suas palavras. Como ele, eu amo a vida como conjunto dos processos que se opõem à morte, mas processos que não faltam ao inorgânico. A vida é resistência. E nós somos responsáveis por ela em cada um de nossos gestos.
Deleuze de costas e de frente | por Jean-Pierre Faye
Por: Jean-Pierre Faye | Trad.: Rodrigo Lucheta “Cada combinação frágil é uma potência de vida que se afirma”. É o enigma deleuzeano, aquele do filósofo “sem pulmões” – mas que fôlego... Penso em sua definição, ou antes em seu retrato de Nietzsche: “grand vivant de saúde frágil”. Ele mesmo cita a descrição nietzscheana: “O… Continuar lendo Deleuze de costas e de frente | por Jean-Pierre Faye
Nietzsche-Deleuze: Estranhos ensinamentos
Por Mónica Cragnolini | Trad.: Sandra Corazza e Tomaz Tadeu. Em um texto já clássico, apresentado no colóquio de Cerisy-La-Salle de 1972 sobre Nietzsche – que constituiu um balanço do renascimento dos estudos nietzschianos na França –, Deleuze indaga o motivo pelo qual não existe uma “escola” nietzschiana (Deleuze, 1985). Se considerarmos a tríade… Continuar lendo Nietzsche-Deleuze: Estranhos ensinamentos
Friedrich Nietzsche: Para a teoria do estilo. (carta a Lou Salomé)
Por: Friedrich Nietzsche | Trad.: José Carlos Martins Barbosa. Para a teoria do estilo. 1. A primeira coisa necessária é vida: o estilo deve estar vivo. 2. O estilo deve ser apropriado a ti em vista de outra pessoa bem definida com a qual queres te comunicar (lei da dupla relação). 3. Antes de escrever, deveríamos… Continuar lendo Friedrich Nietzsche: Para a teoria do estilo. (carta a Lou Salomé)
Rosa Dias: Pierre Klossowski e a euforia de Nietzsche em Turim
Por: Rosa Dias Pierre Klossowski e a Euforia de Nietzsche em Turim Poucos livros consagrados à filosofia de Nietzsche são tão originais e sedutores como Nietzsche e o circulo vicioso de Pierre Klossowski. Publicado em 1969, época da contracultura, esse livro influenciou o pensamento francês contemporâneo, representado por Gilles Deleuze, Felix Guattari, Jean François Lyotard e… Continuar lendo Rosa Dias: Pierre Klossowski e a euforia de Nietzsche em Turim
Prefácio de “A sabedoria trágica: sobre o bom uso de Nietzsche”, de Michel Onfray
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Max Stirner e sua suposta influência sobre Nietzsche
De 1806 à 1856, ou seja, no curto espaço de cinqüenta anos, um raio anarquista atravessou a Alemanha e gritou à babel filosófica européia sons inauditos. Chamava-se Max Stirner, precursor daquilo que viria a ser conhecido como “anarquismo individualista”. Dentre as inúmeras frases afiadas de seu livro “O Único e Sua Propriedade” (clique aqui para baixar o e-book completo),… Continuar lendo Max Stirner e sua suposta influência sobre Nietzsche
Sentimentos morais e pensamento – Friedrich Nietzsche em “Aurora”
30. (...) apenas sentimentos são hereditários, não pensamentos (...). 09. (...) a moralidade não é outra coisa (e, portanto, não mais!) do que obediência a costumes, não importa quais sejam; mas costumes são a maneira tradicional de agir e avaliar. (...) O que é a tradição? Uma autoridade superior, a que se obedece não porque… Continuar lendo Sentimentos morais e pensamento – Friedrich Nietzsche em “Aurora”
Ecce Homo – Nietzsche & Wagner
“Quem quer se livrar de uma pressão intolerável necessita de haxixe. Pois bem, eu necessitava de Wagner. Wagner é o contraveneno para tudo alemão par excellence— ainda veneno, não discuto... A partir do instante em que houve uma partitura para piano do Tristão — meus cumprimentos, sr . von Bülow! — eu fui wagneriano. As… Continuar lendo Ecce Homo – Nietzsche & Wagner
E-book: Assim falou Zaratustra
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FILME: O cavalo de Turim, de Béla Tarr (2011)
O filme começa com a seguinte narração: “Em Turim, em 3 de janeiro de 1889, o filósofo Friedrich Nietzsche sai do imóvel da Via Carlo Albert, número 6. Não muito longe dali, o condutor de uma carruagem de aluguel está tendo problemas com um cavalo teimoso. O cavalo se recusa a sair do lugar, o… Continuar lendo FILME: O cavalo de Turim, de Béla Tarr (2011)
A propósito do dia do filósofo…
por Friedrich Nietzsche "A filosofia já não tem razão de ser e, por isso, o homem moderno, se fosse corajoso e honesto, deveria rejeitá-la e bani-la com palavras semelhantes àquelas com que Platão expulsou os poetas trágicos do seu Estado. Ela poderia, sem dúvida, replicar, como também os poetas trágicos retorquiram a Platão. Se fosse… Continuar lendo A propósito do dia do filósofo…
FILME: Friedrich Nietzsche – Para além do bem e do mal
Baseado na relação entre Friedrich Nietzsche, Lou Salomé e Paul Rée, "Para além de bem e mal" é um filme dirigido pela italiana Liliana Cavani e lançado em 1977. O título é tirado de livro homônimo do filósofo alemão, que protagoniza o filme."Para além de bem e mal" trata do encontro entre dois homens e… Continuar lendo FILME: Friedrich Nietzsche – Para além do bem e do mal