Filosofia

Gilles Deleuze: A propósito dos novos filósofos

"Acho que o pensamento deles é nulo. Vejo duas razões possíveis para essa nulidade. Em primeiro lugar, procedem por grandes conceitos, tão grandes quanto um vão de prédio: A lei, O poder, O mestre, O mundo, A rebelião, A fé etc. Assim, eles podem fazer misturas grotescas, dualismos sumários, a lei e o rebelde, o poder e o anjo. Ao mesmo tempo, quanto mais fraco é o conteúdo do pensamento, tanto mais o pensador ganha importância, tanto mais o sujeito de enunciação se arroga importância relativamente aos enunciados vazios (“eu, na medida em que eu sou lúcido e corajoso, digo a vocês…, eu, na posição de soldado do Cristo…, eu, da geração perdida…, nós, na medida em que fizemos o Maio de 68…, na medida em que não nos deixamos enganar pelos semelhantes…”). Com esses dois procedimentos, estão esculhambando o trabalho".

Arte, Filosofia

Gilles Deleuze recita Nietzsche (legendas em português)

Ao som de Richard Pinhas e da banda Heldon, o filósofo Gilles Deleuze recita "O Andarilho", aforismo nº. 638 de Friedrich Nietzsche em "Humano, Demasiado Humano". O vídeo é uma montagem com cenas do filme "Dias de Nietzsche em Turim", do cineasta Júlio Bressane, e está legendado em português.

Arte, Experimentação, Filosofia

País de dançarinos e de ritmos mancos | por Jérôme Cler

A impossibilidade da leveza, a elegância insensata dos dançarinos – entretanto frequentemente bastante corpulentos -, a alegria como virtude no centro desse mundo de onde todo pathos parecia estar ausente. Potência da repetição: a música pega sempre no seu círculo, nada mais do que um círculo ou uma espiral, e a melodia de dança se fecha sobre si mesma, na vila, e se junta em direção ao seu centro sempre aproximado pelos dançarinos.

Arte, Experimentação, Filosofia

O corpo no cinema de John Cassavetes | por Viviane de Lamare

'Dar' um corpo, dirigir uma câmera sobre o corpo, assume outro sentido: não se trata mais de seguir e acuar o corpo cotidiano, mas de fazê-lo passar por uma cerimônia, (...) que faz dele um corpo grotesco, mas também extrai dele um corpo gracioso ou glorioso, para atingir enfim o desaparecimento do corpo visível

Arte, Filosofia, História, Política

“A Morte de Empédocles”, filme de Jean-Marie Straub & Danièle Huillet.

Link para baixar o torrent e a legenda: https://goo.gl/KMR3Hd Uma pedagogia para a grandeza, para o excepcional, para o desmedido. Um olhar para a altivez do criminoso, para o desgraçado sem remorso... e também para o outro lado, para a baixeza organizada e sustentada pelo poder. Um filme que desdobra o verso de Leminski: “não… Continuar lendo “A Morte de Empédocles”, filme de Jean-Marie Straub & Danièle Huillet.

Filosofia, Política

Democracia finita e infinita | por Jean-Luc Nancy

A política jamais chega a fins. Ela conduz a níveis de equilíbrios transitórios. A arte, o amor ou o pensamento estão a cada instante, seria possível dizer, a cada ocorrência, no direito de se declarar cumpridos. Mas, ao mesmo tempo, esses cumprimentos só valem em sua esfera própria e não podem pretender fazer direito nem política. Assim, seria possível dizer que esses registros estão na ordem de um "findar do infinito", enquanto a política depende da indefinição.

Filosofia, Política

Como se pode ser deleuzeano? | por Arnaud Villani

Se eu tivesse que responder em uma frase à questão “Como se pode ser deleuzeano?”, eu responderia sem hesitar: por paixão, porque se trata de um dos únicos filósofos que gosta tanto da vida que ele a deslizou por trás de todas as suas palavras. Como ele, eu amo a vida como conjunto dos processos que se opõem à morte, mas processos que não faltam ao inorgânico. A vida é resistência. E nós somos responsáveis por ela em cada um de nossos gestos.

Arte, Experimentação, Semiologia

Jean-Luc Godard: Aprendisagem do Descontínuo

por Ruy Gardnier Jean-Luc Godard: Aprendisagem do Descontínuo A nuca de Jean Seberg. Ou de Patricia Franchini, pois é ela a personagem, filmada de trás, flagrada no assento do carona de um conversível passeando pelas ruas de Paris. Enquanto ela conversa com o namorado-motorista, que permanece fora de quadro, a imagem salta diversas vezes, cortando… Continuar lendo Jean-Luc Godard: Aprendisagem do Descontínuo

Arte, Filosofia

Uma felicidade estranha

Composição de relações ao som de uma música de Rodolphe Burger & Olivier Cadiot ("Je nage" / "Eu nado"), com trechos falados de uma aula de Gilles Deleuze: "Espinosa: Imortalidade e Eternidade", de 1981.   Clique aqui para ler a aula de Deleuze em francês. Clique aqui para ler a aula de Deleuze em português.… Continuar lendo Uma felicidade estranha

Filosofia

O Abecedário de Gilles Deleuze | Transcrição Completa

Você escolheu um abecedário, me preveniu sobre os temas, não conheço bem as questões, mas pude refletir um pouco sobre os temas... Responder a uma questão, sem ter refletido, é para mim algo inconcebível. O que nos salva é a cláusula. A cláusula é que isso só será utilizado, se for utilizável, só será utilizado após minha morte. Então, já me sinto reduzido ao estado de puro arquivo de Pierre-André Boutang, de folha de papel, e isso me anima muito, me consola muito, e quase no estado de puro espírito, eu falo, falo ...após minha morte... e, como se sabe, um puro espírito, basta ter feito a experiência da mesa girante [do espiritismo], para saber que um puro espírito não dá respostas muito profundas, nem muito inteligentes, é um pouco vago, então está tudo certo, tudo certo para mim, vamos começar: A, B, C, D... o que você quiser.