“Quem quer se livrar de uma pressão intolerável necessita de haxixe. Pois bem, eu necessitava de Wagner. Wagner é o contraveneno para tudo alemão par excellence— ainda veneno, não discuto… A partir do instante em que houve uma partitura para piano do Tristão — meus cumprimentos, sr . von Bülow! — eu fui wagneriano. As obras mais antigas de Wagner eu via como abaixo de mim — ainda muito comuns, muito “alemãs”… Mas ainda hoje procuro uma obra de fascínio tão perigoso, de uma infinitude tão doce e assustadora como o Tristão – procuro em vão em todas as artes. Todas as extravagâncias de Leonardo da Vinci perdem sua magia aos primeiros acordes do Tristão. Esta obra é em absoluto o non plus ultra [o insuperável] de Wagner”.
[Friedrich Nietzsche, 1888, Ecce Homo, Por que sou tão inteligente, § 6]
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